domingo, 20 de fevereiro de 2022

Boavista e a sua luta contra o TJD e com os adversários

Clube de Saquarema perdeu 7 pontos por escalação irregular do atleta Ryan Guilherme


Foto: Thiago Ribeiro (Agif)

Boavista perde 7 pontos no Carioca 2022 mas cabe recurso


Por Artur Rangel

Mudança na classificação do Campeonato Carioca. O Boavista foi julgado e condenado no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) nesta quarta-feira, por escalação irregular do volante Ryan Guilherme, e perdeu sete pontos. Com isso, o time de Saquarema, que tinha seis pontos e estava em nono lugar, caiu para a lanterna com um ponto negativo, passando a correr risco de rebaixamento restando cinco rodadas, já que o último colocado cairá para a Segunda Divisão do Estadual. Cabe recurso da decisão, que também aplicou uma multa de R$ 1 mil, no Pleno do TJD-RJ e no STJD.

O processo teve origem em uma notícia de infração movida por Madureira e Bangu, que acionaram a Procuradoria do TJD-RJ. Ryan Guilherme foi expulso por agressão na última rodada da Taça Guanabara do ano passado, contra a Portuguesa-RJ, e depois foi julgado e suspenso em cinco partidas. Contratado para o time sub-20 do Fortaleza, o volante não precisou cumprir a suspensão lá, pois a pena é de âmbito estadual. Ele voltou ao Boavista em 2022, não foi relacionado para a estreia contra o Botafogo, mas ficou no banco e entrou no segundo tempo contra Vasco e Flamengo.

O caso foi julgado pela 5ª Comissão Disciplinar do TJD-RJ. A defesa do Boavista argumentou que Ryan Guilherme cumpriu a suspensão no Carioca Sub-20, mas não adiantou, e o clube foi punido por unanimidade com base no artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que não prevê pontos aos adversários. Ou seja, nem Vasco e Flamengo, times que enfrentaram o volante em campo, tampouco Madureira e Bangu, que fizeram a denúncia, podem se beneficiar com os pontos retirados.

Fonte: ge.globo

Opinião

Está cada vez mais difícil ver algo dar certo no Carioca o 2022, quando o assunto é organização. Primeiro, se o atleta fosse irregular dos 4 grandes do Rio, teríamos a mesma rigidez da lei para tais clubes? Será que agora a FERJ junto ao Tribunal de Justiça Desportiva vai punir clubes por mudar a tabela pra beneficiar clube X e Y que estão jogando outros torneios durante a competição ou tem que mudar as regras do Campeonato Carioca a partir de 2023? Será que os clubes de me ir expressão não podem mais jogar com atletas sub 20 para não sofrer tal punição? 

São questionamentos que permeiam a mente de qualquer torcedor ou dirigente de clubes de menor investimento que lutam para se manter funcionando durante uma pandemia e que precisa arcar com despesas de inscrição de atleta, viagem, alimentação, estrutura de treino, entre outros. Por mais que cabe recurso e o Boavista pode recorrer ao caso do Ryan Guilherme, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro tenta de todas as formas fazer algo todo ano contra um clube do interior do Estado para jogar a 2ª divisão. A Cabofriense que lutou tanto para se manter no Carioca 2021 acabou caindo pra divisão inferior depois de mais de 7 anos sem jogar a mesma. Não digo que houve uma manipulação para a Cabofriense cair, mas houve também uma pandemia no meio do caminho, uma dificuldade imensa para os clubes manterem os seus salários, seus funcionários e sua comissão técnica em 2020, ano da Covid-19 chegar com força ao Brasil, em Março. Por mais que os protocolos foram cumpridos ao retornar com as competições em Julho, não foi a mesma coisa sem a torcida, para não manter devido a aglomeração de um Brasil ainda sem vacinas aquele momento.

Em 2021 ainda sem torcida, já foi uma competição onde os clubes tiveram muitas dificuldades para montar seu elenco, exemplos de Boavista, Nova Iguaçu, Resende, Volta Redonda, Macaé Esporte (que caiu para série A2), entre outros. Nas divisões inferiores a mesma situação, sem exceção. No limite do achismo e da consciência racional, vemos uma inviável possibilidade de manter clubes de menor investimento que precisam se manter com jogadores jovens e serem punidos por causa de uma punição de uma outra categoria, no caso do Ryan o sub-20. Por mais que os dirigentes do Boavista sejam bastante profissionais, e os conheço desde dezembro de 2013, quando pude conhecê-los in loco em 2014, no Eucyr Resende, cabe uma parcela de culpa para o clube e uma outra grande parcela de culpa as regras confusas da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro. Não vou entrar em casos do passado de supostas situações de manipulação de resultado, muito menos de arbitragem tendenciosas a ceder resultados por ordem de cima, mas tenho a ligeira impressão que a FERJ está querendo acabar com os estaduais e enxugar a participação dos clubes nos anos seguintes, cumprindo uma tendência que vem sendo feita nos anos anteriores, fazendo seletiva no princípio subindo apenas 2 clubes para jogar a série A do Carioca e ficando 4 para definir quem jogava a seletiva do ano seguinte e os 2 piores jogariam a 2ª divisão do Carioca daquele ano.

Depois a regra mudou e em 2020 apenas 1 clube subiu e 2 caíram para a 2ª divisão do Carioca daquele ano. Onde você encontra um estadual que muda conforme um ano após outro e chama ainda de o campeonato estadual mais charmoso do Brasil? Charmoso foi nos anos 50, 60, 70, 80, 90 até certo ponto, com algumas situações Shakespearianas, onde teve campeonato que dois times em estádios diferentes levantaram a taça. Ser ou não ser, eis a questão o campeonato mais charmoso do Brasil é apenas um jargão ultrapassado em que as divisões inferiores lutam contra estádios horrorosos, dificuldade financeira de se manter, de locomoção pelos extremos do Estado do Rio de Janeiro, com regras a cada vez mais com muitas irregularidades com transferências de atletas que jogaram no Itaperuna, como foi o caso de poucos anos atrás do Sociedade Esportiva Búzios, que tinha feito uma ótima campanha até a denuncia feita naquele ano dos atletas que jogaram por lá e o clube perdeu inúmeros pontos e acabou por água abaixo a competição sem 12 pontos que ganhou no campo e perdeu no TJD-RJ. Se os estaduais vão continuar ou não , isso não cabe ao Artur Rangel, não cabe ao Rubens Lopes, não cabe ao presidente da CBF, muito menos ao presidente da República. 

Cabe lembrar ao amigo (a) leitora que em 2007 o Guanabara fez uma excelente campanha na segundona, na última rodada só dependia dele mesmo para subir de divisão e por situações digamos assim , dignas de cinema pastelão, a arbitragem no jogo do Campo do Guanabara, em Araruama que jogou para se manter firme rumo ao inédito acesso para o ano seguinte teve toda a zaga minada com cartões amarelos pela arbitragem daquele jogo em que estava em xeque o seu acesso. A subliminar de quem faz isso com um clube que luta para subir deixa claro como o carioca série A é tão importante para a FERJ . Em 2008, quem subiu foi o Cardoso Moreira, isso mesmo, o time do norte fluminense subiu e jogou a competição mais charmosa de todos os estaduais, onde o charme das décadas anteriores já tinha vencido a falta de critério e de cara de pau de dirigentes e afins que cedem a certos poderes superiores e de quem da as cartas no futebol estadual. A luta do Boavista é a mesma de muitos clubes do interior do Estado do Rio de Janeiro, contra a maré o clube vai lutando para não cair pra série A2, a 2ª divisão do estado do Rio de Janeiro, porém, os exemplos do passado vão mostrando as feridas e os clubes onde foram outrora gigantes do interior, vão perdendo patrocinadores , vão perdendo jogadores para outros clubes de outras praças do Brasil, do mundo e desfalcam clubes até mesmo durante a competição, como foi o caso do Volta Redonda que perdeu quase 3 milhões em patrocínio. Se não bastasse as regras e as normas da lei que tangem a arbitral das competições estaduais, organizadas pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, conhecida como FERJ, se todo clube for colocar um atleta do sub 20 que for suspenso e perder seus pontos numa competição inferior , só vai ter nos anos seguintes os 4 grandes disputando um quadrangular e ponto final. Agora a FERJ pode dar o seu direito de resposta que vou publicar por aqui mesmo no blog e sem contar ponto por ponto e vírgula por vírgula a cada caso, tanto do Guanabara em 2007, do jogo da Cabofriense em 2019 que jogava contra o Bangu no Correão e houve um pênalti onde todos dentro do gramado viu o atacante do Bangu ser derrubado fora da área. 

Do caso do Búzios, no ano de 2019 ter que passar por perda de inúmeros pontos por escalação de atletas irregulares, isso tudo cabe a FERJ através de direito de resposta explicar para o blog o que houve em cada caso. 




Um comentário:

  1. Triste!!!
    O futebol carioca vai caminhando vertiginosamente rumo ao abismo!!!
    Enquanto o objetivo for exclusivamente caça níquel os clubes menores jamais terão chance!!!!

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