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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Anna Salles fala do seu amor pelas motos

Atleta de Cabo Frio disputa o Campeonato Brasileiro de Motovelocidade

Por Artur Rangel


Anna e seus troféus no Superbike Brasil. Foto: Thiago Dias
Na última quarta feira (18/10) a piloto de motovelocidade Anna Salles, de 23 anos, foi a convidada do programa Tá em jogo, da Rádio Cabo Frio FM 89,3. Na sua participação, contou como começou no esporte, além de contar suas experiências na área de saúde, pois está se formando em Enfermagem, na Universidade Veiga de Almeida. Sua carreira no automobilismo começou em 2016, na equipe Moretti Racing, onde tem quatro troféus importantes para a sua trajetória na modalidade. Além disso, Anna participou de track days e fez dois cursos de pilotagem. Depois de obter destaque nas pistas, ela foi convidada a representar a Moretti Racing, indicada pela piloto Márcia Reis, com o projeto #VemPraPistaMulherada , criado no ano de 2015.
A categoria onde pilota é a CBR 500R Light, atualmente esteve na 3ª colocação da etapa de Londrina do Superbike Brasil.



Sobre o início na motovelocidade, Anna respondeu o seguinte:

" Eu sou graduanda em enfermagem, atuante na área.A motovelocidade apareceu de repente e me conquistou. Estou tentando administrar tudo, mas está dando certo. Na verdade, desde os 18 anos começou através dos meus pais, por perguntarem se queria tirar a carteira de moto e de carro, ou seja, as duas. eu nem queria tirar de moto, apenas a de carro,  já estava bom. mas o meu pai bateu muito na tecla de tirar a carteira de moto, para uma emergência e apenas tiver moto, o que iria fazer nessa eventualidade? Então preciso da carteira. disse para o meu pai que está bem, vou tirar a carteira de moto também. Num belo dia, a gente (seu pai) tem um lava jato próximo a prefeitura, uma moça levou uma moto para lá e lavar. uma moto que nem ela estava usando e foi um funcionário dela que levou para lavar. E era uma CBR 250R, toda carenada, toda esportiva, só que menor. Quando eu vi a moto eu fiquei doida. Já estava fazendo as aulas, não as práticas ainda, mas já estava na auto escola. virei para o meu pai, empolgada e disse pra ele que queria uma daquela. é uma esportiva em miniatura, eu amei. Ele virou pra mim e disse que iria ver uma pra me dar de presente. Fui num aniversário de uma tia minha, fizemos um cruzeiro, depois de um tempo fora voltei e a moto ainda estava lá no lava jato. fiquei curiosa e perguntei para o meu pai (Mário Salles)' a moto continua aqui?' Ele respondeu 'então, eu fiz uma proposta para a moça. ela topou e agora a moto é sua.' Falei para o meu pai 'caramba!' agora preciso aprender a pilotar. Meu pai foi me ensinando, esperei tirar a carteira para andar na rua com ela (a moto CBR 250R). Conclui o curso, comecei a andar com os meninos que tem motos 500 e 600R, a moto já não estava comportando mais. Aí peguei uma moto 600r e o amor pela moto deslanchou. "- explica Anna.

Sobre disputar corridas pelo Brasil com homens, a piloto cabofriense respondeu:

"Nem tão bendito fruto assim. Porque a pessoa acha que é as mil maravilhas, mas os homens não gostam de ser ultrapassados pelas mulheres." - resume Salles.

Anna em ação no Superbike BR Foto: Nicolau Ferraz
Com relação as corridas de superbike com as mulheres da sua categoria, a atleta da motovelocidade resume:

" As corridas são mistas, na copa CBR 500R, onde correram 17 pilotos e na hora da premiação sobem ao pódio quatro a cinco categorias diferentes. Com isso, a corrida ocorre com essas categorias todas juntas. de acordo com a sua categoria que ficou classificado(a), tem o tempo específico para cada categoria. tem a categoria que é só das meninas, onde conquistei o troféu na Etapa de Londrina-PR, onde conquistei o 5º lugar. " - relatou a piloto.



Ao ser perguntada pelo Manoel Jesus, colunista do jornal da região e colaborador da Rádio Cabo Frio, Anna respondeu sobre a velocidade é um motivo de esporte, de prazer ou hobby ou opção:

"Olha Jesus, atualmente é um hobby, que tem ganhado um grande espaço na minha agenda. eu tenho que me dedicar cada vez mais, até porque o nível de competitividade aumentou muito. Na motovelocidade não basta ser rápido, estou numa categoria que a técnica é fundamental, pois todas as motos são iguais. são todas Honda 500R e o que vai diferenciar um piloto do outro é a habilidade e a estratégia de planejar a corrida. no início começou como uma diversão, acabou se tornando aos poucos uma coisa séria e no ano que vem quero que se torne cada vez mais profissional possível."- Avalia.

Sobre quem é o seu treinador, Anna pensou rápido, igual nas pistas:

"O meu pai, o Mário. A ele que é o meu maior incentivador, meu 'paitrocínio', é tudo pra mim. ele já tem história com moto desde os seus 20 e poucos anos, já viajou pro chile de moto. mas a motovelocidade nunca foi a paixão dele. Agora, que coloquei o meu pai num curso de pilotagem de motovelocidade e que eu consegui o instruir, isso que foi um máximo."  - Sintetiza.

Sobre envolver os familiares e amigos no esporte, Salles respondeu sobre a pergunta:

" Com certeza, para moto não existe idade como limite. Ainda mais quando você começa a conviver com pilotos, e vê quanto as pessoas levam a sério. Quando vi disse 'caramba!' Quando o atleta se concentra e se dedica ao esporte e está tendo um resultado bacana, através da motovelocidade. Tem pilotos que perderam 80, 60 kg para poder continuar na categoria. Pois o peso x potência faz muita diferença. Então,  o piloto precisa mudar o seu hábito de vida para manter a sua paixão (pela motovelocidade). portanto, a moto é o melhor remédio que eu posso ter.' - Concatenou.

Anna e os amigos da enfermagem Foto: Anna Salles
Sobre o esporte atrapalhar na graduação de enfermagem, a futura bacharel em enfermagem respondeu da seguinte maneira;

"De forma alguma. Até os meus colegas do Hospital São José Operário, me apoiam muito. É só ter uma escala, se organizar e ter as suas prioridades. Hoje em dia a minha prioridade é a minha profissão, a academia e a moto, acabou." - ordena as prioridades, a profissional da saúde.

Sobre as suas conquistas, as categorias onde disputa desde seu início na motovelocidade, Anna ressaltou a sua superação na modalidade:

"Desde maio, quando comecei a competir, estou disputando a Superbike em duas categorias- uma é a feminina, que é na mesma corrida com os meninos, que é premiado separado. E a outra é na CBR 500R Light, onde os iniciantes da motovelocidade disputam essa modalidade.  Mas não deixa de ser profissional, pois tem muitos pilotos experientes, mas que nunca correram profissionalmente. essas são as duas categorias que priorizo nesses 2 anos de motovelocidade, mas é mista ( com meninos e meninas). eu acho um máximo estar disputando com pilotos experientes e subir no pódio, que vivem lá, moram lá perto dos autódromos importantes do país, isso que é emocionante." - relata emocionada a atleta.

Sobre a quarta colocação na categoria light 500R, na etapa de Curitiba-PR, além da etapa de Interlagos, palco de Fórmula 1, Stock car e Fórmula Truck, Salles resume a sua corrida:

"O meu primeiro pódio foi em Interlagos, na minha 2ª corrida  no Brasileiro de motovelocidade, como tinha poucos pilotos disputando e consegui dar um gás no final, consegui conquistar dois troféus, tanto no feminino, quanto na categoria light 500R." - Salienta.

Anna em ação na 7ª etapa de Goiânia da Superbike, no último fim de semana foto: Geraldo CP
Na etapa do último final de semana, Anna se demonstrou ansiosa para pilotar em Goiânia:

"A etapa de Goiânia é uma etapa que estou esperando o ano inteiro, pois nunca disputei competição no autódromo Ayrton Senna, pois não corre nenhum carro lá, não tem muro. è uma pista muito larga, própria para moto. Então estou muito animada, assisti muitos videos on board de outros pilotos para ter noção da pista. vi o mapa, estou estudando as noções de marcha para cada parte do circuito, das curvas que vou ter que fazer. Mas isso só vou saber na sexta (20/10), onde vou descobrir onde vou ter que ter atenção redobrada nas marchas, onde arriscar mais. Nesse dia ainda é passeio, a gente não se preocupa com o tempo de classificação, pois no sábado(21/10) sim, é importante estar fazendo um ótimo tempo para largar bem na corrida domingo (22/10), pra focar em dar todo o seu melhor no último dia, na hora que a corrida rola pra valer."- destaca.  

Sobre o curso de pilotagem, Anna falou do curso de pilotagem e como chegou ao estágio que está hoje na modalidade:

" fiz o meu 1] curso de pilotagem, em Agosto de 2016, no curso do leandro melo, que é o piloto de testes do Auto Esporte( programa de automóveis e motos da Rede Globo). E assim, me encantei com o autódromo, pois nunca andei em autódromo. Gostei, mas ainda não era uma realidade. No final do ano passado, sofri um acidente na BR 101, onde o caminhão me jogou para a mureta, caí da minha moto 600R e fraturei o tornozelo em 2 lugares. Vi com essa experiência, que na rua não é o lugar para colocar em prática o curso de motovelocidade. me recuperei, fiquei 3 meses sem andar, foi punk. em Janeiro eu falei pro meu pai (Mário) ' Agora só vou andar em autódromo agora. deixa pra passear na rua.' Meu pai respondeu 'é isso que a gente tem que fazer mesmo.' Daí comecei a fazer track days, fazer a escola do Helder Shad, uma escola de pilotagem do Rio de Janeiro, ele mora em volta redonda, o nosso piloto, fazendo track days em todos os circuitos que eu treino também. Fui me encantando cada vez mais, você vai arrastando o joelho pela 1ª vez,a 2ª a 3ª e vai aprimorando em cada track day, criando ambições em cada treinamento. Quando foi em maio, a piloto Márcia Reis, ela tem o projeto do #VemPraPistaMulherada , onde ela capta pilotos ou motociclistas mulheres, que tem um desenvolvimento legal, monitorando o meu desenvolvimento nas redes sociais. Me apresentou ao Octavio Sereno, chefe da equipe Moretti Racing, onde ele me fez uma proposta de fazer a corrida de Maio, para avaliar como eu saíria. Aí a gente teria o aval dele se iria ficar na equipe ou não. Deu tudo certo, ele gostou do meu resultado, aí a gente foi correndo atrás disso, antes de me tornar atleta profissional me confederei pela federação do Rio de Janeiro, você faz a sua inscrição com a Confederação Brasileira de Motovelocidade., onde cada estado tem a sua federação e tem a Confederação Brasileira que, se você for inscrito, você consegue correr em todas as competições de motovelocidade do Brasil. Se for só pelo estado, só vai poder competior pelas competições no estado onde está federado(a). O superbike é brasileiro e também paulista, ou seja, nesse campeonato a gente consegue pontuar pelo brasileiro e para o paulista. " - Finalizou.

Com a piloto Sarah Canessa, em Goiânia Foto: @Anna600rr
A Etapa de Goiânia não teve troféu, pois teve um problema com três motos investigadas pela direção da competição, com suspeita de correr na etapa da Superbike com alteração de vistoria. Mas isso não altera em nada para a piloto de Cabo Frio-RJ, Anna Salles. 

A próxima etapa será em dezembro, em Interlagos, fechando o calendário 2017 do Superbike a 8ª etapa, dia 3 de dezembro, em Interlagos- São Paulo-SP.

Para saber das novidades de Anna Salles nas pistas, siga no Intagram: @anna600rr
Youtube: Anna600rr
Facebook: Anna600RR








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